Casal de SC realiza sonho, adota bebê africano

Casal de SC realiza sonho, adota bebê africano


Foi a cerca de seis mil quilômetros do município de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, cidade natal do administrador Vinicius Gilioli, que ele e a esposa Andressa Botton Gilioli conheceram o grande amor de suas vidas: o pequeno Ben Aamadu Botton Gilioli, de 1 ano e 6 meses.

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O menino nasceu em 28 de abril de 2020 em Freetown, capital de Serra Leoa, país da África Ocidental, mas foi em março de 2021 que foi adotado e chegou na vida do casal. A família atualmente mora em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, mas antes, Andressa e Vinicius viviam em Chapecó: uma distância de quase 13 mil quilômetros.

O administrador trabalha em uma agroindústria há 12 anos e há seis recebeu a proposta para trabalhar em Dubai. Andressa, que é gaúcha, é engenheira-química e acompanhou o marido. Juntos, decidiram iniciar a vida do outro lado do mundo.

Mas não foi apenas a rotina em outro país, como estar longe da família e dos amigos, que mudou completamente a vida do casal. A decisão de adotar o pequeno africano Aamadu fez com que tudo ganhasse um novo sentido.

“O Aamadu é com certeza o resultado da coisa mais linda e certa que já fizemos desde que casamos. Iniciamos o processo de adoção no fim de março em Serra Leoa e, por conta da Covid-19, aconteceu de uma forma um pouco diferente do normal”, lembra o pai de primeira viagem.

Gilioli relata que ele e a esposa foram avaliados por um psicólogo em Dubai e, em seguida, contrataram uma advogada de Serra Leoa para auxiliar com a documentação legal e escolha do orfanato. “Quando recebemos a foto do menino Aamadu posso dizer que foi amor à primeira vista”, afirma.

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Processo de adoção

Andressa conta que sempre teve o sonho de adotar e quando ela e o marido começaram a falar em aumentar a família, a palavra adoção veio novamente à tona.

“O Vinicius nunca disse não, mas também nunca disse sim. Ele pensava em ser pai e aos poucos foi entendendo meus motivos e gostando da ideia. A virada de chave foi em 2018 quando ele viajou para o Congo a trabalho. Quando voltou de lá, disse que fazia parte do nosso destino adotar”, recorda a mãe.

AamaduO pequeno Aamadu já fez novos “aumigos”. – Foto: Arquivo Pessoal/ND

O casal afirma que o fato de ser brasileiro não impactou em nada na hora da adoção, mas adotar em um país distante, diferente e desconhecido com certeza foi um desafio. Vinicius e Andressa ficaram cerca de 40 dias entre Serra Leoa e Quênia, em diferentes hotéis e com o bebê recém-adotado.

“Não foi fácil, mas hoje só temos motivos para agradecer. Aamadu tem todo o suporte de nutricionistas, pediatras, pedagogos, dermatologistas, entre outros. Ele já traz muitas alegrias para esses pais babões”, comenta.

A nova rotina

Antes de iniciar a vida nova em Dubai, os pais dedicaram um tempo para conhecer a cidade natal do filho. “Foi sensacional. Tivemos tempo para conhecer a cidade onde nosso filho nasceu e passear com ele. Tiramos várias fotos e reunimos memórias para ele e para nós no futuro”, recorda Andressa.

O dia a dia da família passou por adequações depois que o menino chegou. Educação, alimentação, saúde, lazer, sono. Tudo isso passou a integrar a lista de prioridades dos pais. “As mudanças são muitas e ainda estamos nos ajustando. Tudo tem que ser planejado de acordo com a rotina e o bem-estar dele.”

“Ele trouxe mais cor às nossas vidas. Nos ensinou, nos ensina e nos ajuda diariamente a melhorar como pessoas mesmo sem saber disso. Com ele percebemos o quão falhos somos e o quanto ainda temos a melhorar como pais e seres humanos, como a ser mais pacientes, organizados, dedicados entre tantas outras coisas que ainda estamos descobrindo”, afirma o pai.

Adaptação e inserção na cultura brasileira

A chegada de um bebê é repleta de desafios e adaptações tanto para os pais como para a criança. Com Aamadu não foi diferente, mas o menino tem se dado muito bem com a nova rotina. O pai conta que já é possível perceber que os laços fraternos de família foram feitos e estão sendo solidificados dia após dia.

Com relação ao contato de Aamadu com a língua portuguesa, o pai relata que o menino aprenderá português em casa para falar com os pais e o inglês para se comunicar com a babá e, futuramente, na escola e entre os amiguinhos do prédio onde mora.

Aamadu

Porém, o árabe, língua local de Dubai, não está entre as prioridades, apesar de ser ensinado na escola. “Se ele aprender o árabe, ótimo. Mas queremos que ele aprenda a nossa língua materna, o português, para poder estreitar os laços com os avós e familiares que não falam inglês.”

E por falar em laços, os avós e tias do pequeno, assim como os demais familiares, não veem a hora de conhecer o mais novo integrante da família. “Recebemos apoio e suporte de todos. Aamadu foi muito bem recebido e já era amado antes de chegar. Agora, é mais ainda, e, será cada vez mais, temos certeza disso”, Gilioli.

Planos da família

Andressa e Vinícius pretendem aumentar a família e dar um irmão ou irmã para Aamadu. Para eles, um irmão (ã) traz muitos benefícios na vida de qualquer pessoa.

“Ter um parceiro (a) para a vida é algo importantíssimo. Porém, não cabe a nós decidirmos. Acreditamos muito nos planos de Deus, então, deixamos para ele as coisas que não estão no nosso controle. Biológico ou não, queremos mais um ou uma”, diz o pai.

Com relação aos planos de continuar em Dubai, a família a afirma que pretende ficar por um longo período fora do país para que o filho estude e faça faculdade. “Sobre o Brasil, pensamos em voltar, mas não sabemos quando.”

O casal lembra que muitas coisas passaram pela cabeça quando decidiram adotar, assim como muitas perguntas surgiram. “Aamadu é o fruto da cumplicidade, parceria e amor mais verdadeiro que existe em nós. Um amor que não cabe em nós e precisa ser dividido”, finaliza o pai.

Fonte: ND+



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