Junho de 2020 é o mais quente registrado desde 1850
O ano de 2020 segue batendo recorde e marcando a história da humanidade. Segundo estudo revelado pela Berkeley Earth, uma organização sem fins lucrativos, o mês de junho de 2020 foi o mais quente já registrado desde 1850, quando a entidade começou o acompanhamento. Dessa forma, superou o mais quente até então, que foi em 2019. As informações são do ND+
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Entretanto, a margem de diferença entre 2020 e 2019 é pequena e, como resultado, junho de 2020 e junho de 2019 podem ser considerados essencialmente empatados como o mais quente. Os meses de abril e maio também foram os mais quentes já observados.
A temperatura média global em junho de 2020 foi de 0,81°C ± 0,06°C acima da média de 1951 a 1980. Isso equivale a 1,16°C ± 0,08°C acima da média de 1850 a 1900, que é frequentemente usada como referência para o período pré-industrial.
A anomalia global de temperatura média em junho de 2020 diminuiu acentuadamente em comparação com maio e segue evoluindo para anomalias menores de temperatura. Porém, os valores ainda permaneçam altos em comparação às décadas anteriores.
Devido à maior variabilidade climática durante os meses de inverno do Hemisfério Norte, é comum que a diferença de temperatura nos meses de verão do Hemisfério Norte sejam um pouco menores do que as de janeiro a março.
Embora a anomalia de temperatura atual seja menos extrema do que em alguns outros meses recentes, continua sendo a mais alta já observada em junho.
4,2% da superfície terrestre
Junho de 2020 continuou o padrão de aquecimento generalizado. Dessa forma, condições muito quentes estavam presentes em partes da Ásia, América do Sul, África e grande parte da Antártida. Em particular, o mês continuou um padrão contínuo de aquecimento extremo perto da costa do Oceano Ártico, no Norte da Ásia.
No entanto, Índia e outras duas pequenas regiões da Ásia marcaram condições anormais de temperaturas mais frias. A Berkeley Earth estima que 4,2% da superfície terrestre teve o junho mais quente já observado.
Além disso, a pesquisa demonstrou que 71% da superfície da Terra foi mais quente que sua média de longo prazo e apenas 0,01% teve sua média local mais fria. O desenvolvimento de uma área fria no Pacífico Leste é indicativo de uma transição para as condições do La Niña, fenômeno que consiste na diminuição da temperatura das águas.
Junho de 2020 foi nominalmente o terceiro junho mais quente dos oceanos com médias acima das registradas em 1951 a 1980. Isso é semelhante a vários anos recentes, porém mais frio que o recorde estabelecido em junho de 2016.
La Niña no Oceano Pacífico
O mês teve como destaque uma transição para as condições de La Niña no Oceano Pacífico. “Deverá ter um impacto significativo nos padrões climáticos globais nos próximos meses. O Pacífico Central permanece em um estado de transição, mas um padrão de La Niña agora é considerado provável nos próximos meses”, segundo a universidade californiana.
A Berkeley estima que as condições de La Niña em desenvolvimento reduzam a temperatura média global no final de 2020 e no início de 2021. Tais condições diminuiriam a probabilidade de 2020 se tornar um ano quente recorde.
Após seis meses, a Terra em 2020 foi marcada por temperaturas acima da média em quase todos os lugares, com condições especialmente extremas em toda a Ásia.
A média de janeiro a junho foi recorde para 8,6% da Terra e muito acima da média de 1951 a 1980 para 85% do planeta.
Somente 1,4% da superfície da Terra era significativamente mais fria no mesmo período. Além disso, as médias de janeiro a junho na Ásia, Europa e América do Sul estabeleceram recordes máximos.
Observando regiões em que as médias de temperatura de janeiro a junho foram as cinco mais quentes ou as cinco mais frias observadas, a Berkeley mostrou regiões extensas com aquecimento recorde ou quase recorde durante a primeira metade do ano e nenhuma região com frio quase recorde.
O calor extenso e extremo sobre a Ásia é o que chamou mais atenção. A anomalia de temperatura de janeiro a junho na Sibéria ficou mais de 6°C acima da média de longo prazo.
No geral, a média de janeiro a junho está essencialmente empatada com 2016 como o primeiro semestre mais quente de um ano. Em 2016, as temperaturas globais subiram muito devido a um enorme evento El Niño. Em 2020 há um quase empate com 2016 apesar de não ter El Niño neste ano.
Com abril, maio e junho estabelecendo novos recordes de aquecimento mensal, o aquecimento projetado durante a segunda metade do ano permanece bastante alto.
La Ninã deve evitar recorde de aquecimento global
No entanto, o surgimento de um padrão frio no Pacífico Central Leste e a probabilidade aumentada de um evento de La Niña no final deste ano sugere que as temperaturas no final de 2020 podem ser menores do que o esperado. Isso reduz a probabilidade de um ano recorde de aquecimento.
“A ideia é que a diminuição da probabilidade esteja relacionada principalmente ao provável evento de La Niña, embora estejamos surpresos com a magnitude dessa mudança e pretendamos investigá-la mais a fundo”, diz a universidade em comunicado.
Independentemente de um novo recorde ser estabelecido, é altamente provável que 2020 seja um dos anos mais quentes desde 1850, alerta a Berkeley Earth.
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