Um ano do ‘ciclone bomba’ que atingiu SC: ‘Sonho dela era ver os filhos bem’, diz mãe de uma das vítimas

Um ano do ‘ciclone bomba’ que atingiu SC: ‘Sonho dela era ver os filhos bem’, diz mãe de uma das vítimas


No dia 30 de junho de 2020, além de comemorar o aniversário de 38 anos, a moradora de Itaiópolis, no Norte catarinense, Miraci Fernandes estava no segundo dia do novo trabalho e com a construção da casa própria em andamento. Por volta das 16h daquele dia, o carro onde ela estava foi atingido por uma árvore e fez da vendedora uma das vítimas do “ciclone bomba”. O fenômeno atingiu Santa Catarina há 1 ano.

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Maria Bueno Fernandes estava em casa quando soube da morte da filha caçula. Ela cuidava dos três netos e esperava a mãe deles para o jantar de aniversário na companhia do chimarrão. “Todo dia ‘nós’ jantava junto, almoçava junto, passava o domingo junto, comprava as coisas junto, tudo era junto” [sic].

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A idosa lembra da última conversa que as duas tiveram. Pela manhã, a avó de 61 anos, que agora cria os três filhos de Miraci, conversou com a mulher pelo telefone.

“Dei os parabéns para ela e muitas coisas boas. Ela só disse pra mim, mãe, eu te amo, só”, relembra.

As tempestades seguidas pelo ‘ciclone bomba’ atingiram dezenas de cidades catarinenses entre 30 de junho e 1º de julho e provocaram 11 mortes. Outras três morreram depois, durante a reconstrução de imóveis. Os ventos ultrapassaram 130 km/h. A estimativa da Defesa Civil de Santa Catarina é de que 192 pessoas ficaram desabrigadas e 11,5 mil desalojadas. Prejuízos foram registrados em 165 municípios e passaram de R$ 277 milhões.

Sonho da casa para os filhos

O sonho de Miraci era ter uma casa mais confortável para ela e os filhos: um adolescente de 17 anos, e duas meninas, de 11 e 8, que agora são cuidados pela avó. Para isso, antes de conseguir o emprego em uma funerária, a mulher vendia bolachas, pães e cucas pelas ruas da cidade, segundo a mãe.

“O sonho dela era ver os filhos bem e deixar eles com uma situação boa. Até antes de acontecer isso, ela falou pra mim que queria um dia deixar os filhos dela bem, ter onde morar e ter como se alimentar. E ela disse pra mim, ‘mãe, se acontecer alguma coisa comigo, a mãe não vai dar as minhas crianças’. Eu disse: ‘jamais’”.

Com o dinheiro, Miraci conseguiu erguer as paredes da estrutura, mas não teve tempo de terminar: “Eu estou batalhando pra ver se consigo fazer. Para eles [os netos] morarem, porque a gente não sabe. Você não sabe o seu dia de hoje e de amanhã”, explica Maria.

Nova no serviço, Miraci morreu enquanto se deslocava de carro com colegas de trabalho de uma casa para a outra, na localidade de Lomba do Meio, no interior de Itaiópolis. Durante a tempestade, o carro foi atingido por uma árvore. O motorista não se feriu e outras duas ocupantes ficaram encarceradas, foram levadas ao hospital, mas sobreviveram.

Vítimas

A primeira morte ocorreu em Chapecó, no Oeste catarinense, ainda pela manhã. Dorilde Alba Meotti Guadagnin, de 78 anos, estava no quintal de casa quando foi atingida por uma árvore. Miraci foi a segunda vítima.

Sérgio Idalgo, Vanderlei Oliveira e outras pessoas morreram ao longo da semana que precedeu a tragédia climática. As mortes foram registradas em Canelinha, Tijucas, Santo Amaro da Imperatriz e Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, Rio dos Cedros, Ilhota e Brusque, no Vale, e Itaiópolis, no Norte. No total, segundo a Defesa Civil na época, 14 pessoas morreram.

Fonte: G1/SC



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